Carta remetendo felicitações de aniversário e relatando notícias que se seguiram ao falecimento de D. José I
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/ACL/JCB/0001/000374
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta remetendo felicitações de aniversário e relatando notícias que se seguiram ao falecimento de D. José I
Datas de produção
1777-03-04
a
1777-03-04
Dimensão e suporte
2 f.; papel
Âmbito e conteúdo
Relato dos instantes que se seguiram ao falecimento de D. José I na corte: "Logo que El-rei, que deus tem, expirou, 23 minutos depois da meia noite já no dia 24, todos os seus camaristas que se achavam juntos na câmara beijaram a mão ao novo rei, e depois na casa de fora lha beijaram também o Cardeal da Cunha e o Marquês de Pombal, que ali se achavam: quiseram ir ao quarto da nova rainha, mas El-rei lhe disse que ela estava sumamente quebrantada pela aflição e trabalho, e que se tinha recolhido alguns instantes para descansar. Instaram os camaristas, dizendo que se não podia dilatar aquela cerimónia. Levantou-se a rainha, e deu beija-mão a todos os sobreditos. Pela manhã muito cedo foi o confessor de El-Rei das a nova à rainha-mãe, e levar-lhe um papel assinado por El-rei defunto, que continha coisas de muita piedade e edificação. Neste tempo entrou a rainha: posta de joelhos disse a sua mãe que ela sempre tinha sido filha obediente e que o mesmo havia de ser daqui por diante, que Sua Majestade é quem havia de governar e que ela não daria um passo sem a sua aprovação. A rainha-mãe lhe deitou a bênção e El-rei fez a sua sogra as mesmas protestações de respeito e amizade. Não quis consentir que a Infanta Mariana lhe beijasse a mão, mas levantou-a nos braços e lhe beijou a mão ela. Esta Infanta em duas palavras disse muito a sua irmã: - depois da infelicidade de perder meu Pai a maior fortuna que posso ter é ser vassala de Vossa Majestade -."Menciona a continuação da execução de ordem régia de D. José I para a libertação de prisioneiros políticos após a sua morte, nomeadamente os fidalgos que se encontrariam encarcerados no Forte de São João da Junqueira, soltos a dia 24.Informa da restituição dos privilégios ao clero secular e regular, o que resultaria na deposição de prelados pelo núncio: "e em consequência mandou o Núncio prender ao Provincial reformador dos dominicos e ao D. Abade Geral esmoler-mor, que eram dois homens escandalosos que tinham despovoado e pilhado os conventos da sua jurisdição, para se lhe tomar contas"; da transferência das freiras bernardas de Portalegre, Évora e Tavira para Odivelas.Dá conhecimento da elevação de D. Nuno José de Mendoça e Moura, 6.º Conde de Vale de Reis, a Principal pelos novos reis.
Cota atual
D. João Carlos de Bragança, cx. 2, n.º 177
Idioma e escrita
Português
Notas do arquivista
Data2024-02-21
ArquivistaMaria Beatriz Merêncio