Carta acusando receção da notícia da passagem de D. João Carlos de Bragança por Berlim e descrevendo a visita oficial da embaixada de Marrocos em Lisboa para assinatura de Tratado de Paz
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/ACL/JCB/0001/000345
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta acusando receção da notícia da passagem de D. João Carlos de Bragança por Berlim e descrevendo a visita oficial da embaixada de Marrocos em Lisboa para assinatura de Tratado de Paz
Datas de produção
1774-10-25
a
1774-10-25
Dimensão e suporte
2 f.; papel
Âmbito e conteúdo
Descrições feitas com base nas informações recolhidas por Álvaro da Mata, "que o diz soube de casa do Patriarca". Refere que, a 23 de outubro, de manhã, "saiu de uma quinta de El-Rei, que fica por detrás do Convento de Belém, acompanhado de dois regimentos dos nossos de cavalaria. Ele ia com um coche de El-Rei com um alquicé muito fino, pouco mais ou menos da cor de cana, e o mais vestido era asseado e luzido. Levava um frade borra na cadeira de diante para servir de intérprete. Foi condutor um guarda-roupa do príncipe, coche de estado, outro com o secretário, e atrás outro coche, em que ia o Pontes que é um cativo que esteve em Marrocos que foi tão afeto a El-Rei que lhe deu liberdade há mais tempo e veio a ser o medianeiro desta negociação. Parece-me que ouvi dizer que é homem grosseiro do campo, e que por saber bem tratar de hortas se soube introduzir com o rei mouro. A guarda mourisca eram 30 homens bem afigurados e vestidos com asseio de umas coisas riscadas de cores e calças de cassa fina, em pernas com chinelas; e os oficiais com uma botinha mais acima, traçados de uma banda, pistolas da outra com cabos de prata. O mouro é moço e nada envergonhado. Ao entrar na casa da audiência tomou a carta, tirando-a de uma caixa de pau que o secretário levava ao pescoço, e com um lenço muito fino de cores a tirou de um saquinho de seda; entregou o saco ao Conde do prado, que estava de semana, e a carta a El-Rei, a quem fez umas cortesias muito profundas, à rainha menos baixas, ao senhor infante quase nada, e às damas fez uma cortesia com a mão em ar de galanteria. Fez algum reparo quando viu abrir a carta, e dizem que só parece que se admirara quando viu passar o patriarca. Dizem que quer ver tudo, e já foi jantar a Oeiras, indo primeiro os seus cozinheiros para matarem as aves com as cerimónias de que eles usam, porque de outra sorte não comem."
Cota atual
D. João Carlos de Bragança, cx. 2, n.º 147
Idioma e escrita
Português
Notas do arquivista
Data2024-02-20
ArquivistaMaria Beatriz Merêncio