Carta acusando a receção de notícias acerca das movimentações políticas e militares na Prússia, testemunhando os divertimentos da cidade e outros assuntos
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/ACL/JCB/0002/000010
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta acusando a receção de notícias acerca das movimentações políticas e militares na Prússia, testemunhando os divertimentos da cidade e outros assuntos
Datas de produção
1757-12-23
a
1757-12-23
Dimensão e suporte
2 f.; papel
Âmbito e conteúdo
Testemunha a receção de notícia da Batalha de Breslau de 22 de novembro e o contexto das negociações políticas, comentando: "(...) as novas, que você me dá, são mais circunstanciadas e representam a El-rei da Prússia mais apartado e em conjuntura de forçar ou ser forçado pelos seus inimigos a alguma ação (...) os embaraços políticos, os interesses confundidos, as promessas avançadas e o receio, que mutuamente acompanha aos interessados de que se alterem as suas recíprocas alianças, romperão em negociações e em novidades que deem longa matéria a boas ponderações. O mano teria grande gosto de presenciar essas funções do parlamento. As falas, de que me remete cópia são significantes, e ali não há cláusula sem reflexão. É bem notável o sistema desse governo, e em nenhum outro se trabalham tanto os negócios."Reporta-se aos divertimentos da cidade: "Os Bailes dos Ingleses vão continuando, e vão a eles bastantes fidalgas portuguesas. Também já foram senhoras vigiar o baile de tribuna, e sendo da partida a Marquesinha do Louriçal foi quem desafio e moveu o convite a Marquesa de Penalva. A esta imitação foram vigiar outra assembleia, que se faz nas casas de Lázaro Leitão ao Bairro Alto, Madamas gracias, porem no segundo dia não apareceu lá dama alguma do baile, e assentaram de não tornar enquanto ou não subissem à tribuna ou não descessem à casa as que só reputam senhoras à inglesa." Regista a perceção de D. José I e de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretário de Estado dos Negócios do Reino, sobre D. João Carlos de Bragança: "El-rei recebeu benignamente as palavras que em seu nome lhe repeti, e ontem me fez a honra de se explicar comigo na pratica a que me admitiu por alguns termos das suas cartas de você, que lhe tenho lido, querendo mostrar-me se lembra delas (...) e quando pratico esta matéria com o Secretário de Estado, e eu tenho razão para entender que Sebastião José de carvalho é seu amigo."Refere as reações à expulsão da Companhia de Jesus: "Pitt alegrou-se com ver as leis da liberdade dos Índios, e eu já tinha sabido que El-rei britânico festejara a notícia da expulsão dos Padres da Companhia do nosso Paço. Eu não fiz pasquim, mas tenho posto em música o verso = deposuit potentes etc. = para se cantar na nossa capela, e dirão talvez os padres que eu os pus à viola. Depois que se publicou a Relação Abreviada (...) têm eles dito vários disparates, e entre eles disseram que tinham muito que responder, mas que por terem grande amor a Portugal e o não quererem perder se calam. O que falta é que algum dos seus alucinados entenda que aquele perder era o reino em si mesmo e não eles Padres o reino, isto é, sendo mandados sair dele. Alguns diários, que vieram nas últimas naus da frota do rio de Janeiro, já referem outras detestáveis ações que os Padres têm ocasionado nas tais missões da parte do Uruguai: eles são intrigantes, mas estão muito descobertos."Informa ter encomendado um "óculo de ver ao longe" e "duas espingardas", e da sua visita à Quinta da Torre Bela, "depois de um ano de ausência".Na ocasião do falecimento de Luís Guedes de Mendonça, informa ter D. José I concedido o regimento de dragões de Beja a D. José da Câmara e promovido o Marquês de Távora ao posto de Tenente Coronel do regimento de Alcântara.
Cota atual
D. João Carlos de Bragança, cx. 5, n.º 9
Idioma e escrita
Português
Notas do arquivista
Data2024-03-21
ArquivistaMaria Beatriz Merêncio